Ando querendo fugir!
De sumir e me perder de ti.
Que posso, além disso, fazer?
Se não me entendes por entre as linhas das sílabas que te digo
E te grito por sobre os telhados.
Juro ter tentando intermináveis vezes trazer som ou letra ao que sinto.
Nem mesmo abriste as cartas que lhe enviei...
Não ouviste nada do que, exausta, faço ecoar na minha voz!
Juro ser esta a ultima vez... Farei desse, meu ultimo cantar à lembrança
Do antigo amor;
O que escrevi aqui você jamais ouvirá sair da minha garganta...
Pois sinto que as lágrimas, amigas do amor romântico - aquele
irrealizável -
Insistem em saltar dos meus olhos, já felizes por outro cantar:
A ti jurei eterno amor e eterno cantar
Jurei dar-lhe minha vida
Estender-lhe a mão
Esquentar-lhe nas noites gélidas de tristeza
E nas do choramingo do luar.
Não posso, porém cumprir tal jura
Na plenitude do que, naqueles tempos, sonhei.
Meu sentir por você, amor, transformou-se numa coisa
Qual a ternura e o prazer das doces lembranças da velha infância.
Ainda tens meu coração
Mas não ousarei dá-lo outra vez.
Pois te amo da mesma forma que um cancioneiro ama uma senil canção de amor.