quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Gama


No tempo de menina era exacerbada a pudicícia.
O tempo, como de costume, passou.

A metamorfose transformou a fêmea miúda em púbere mulher.
Seu corpo tornou-se pulcro: um convite profano.

Saída do banho, com sua pele macia molhada, mirava-se no espelho admirando seu conspícuo corpo nu.
Em seu pêlo estampava-se o ardente despertar do desejo e o inevitável abandonar do pejo.
Em delírios imaginava-se em meio à relva, ao lado dum macho robusto.
Ela flertava, ele avançava, ela ficava por baixo. o tocava, o beijava e mordia.
Ele a prensava na grama e ela se rendia.
Se agarrava nele no estuar dos prazeres.
Nas primícias do sexo, calava e tremia.
Depois se agitava convulsivamente e ofegava, pedia.
Ele permitia.
Logo a fêmea púbere incitava nele o que ela sentia. O cheirava, o sugava e lambia.
Com primor seguia-se a relação.
A mata ouvia os gemidos sôfregos de seu pungente arreganhar as pernas e da hábil maneira como ele a preenchia.
Eram inúmeras as maneiras como se encaixavam e se permitiam.
Numa junção profunda em que o corpo cansado ainda gozava e ainda queria.
Por fim, da sua carne insaciada, com evulsão ele tirava, o delírio acabava, ia embora e não se despedia

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