terça-feira, 16 de junho de 2009

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Como posso te prender a mim se eu não existo mais?
A parte de mim que te agrada se deitou numa noite e no outro dia
Não levantou mais.
Meus olhos agora são fendas
Dentro de mim só habita o nada
Vivo agora de momentos de lucidez
Momentos que finjo, que invento
Momentos que enganam os outros, mas não me enganam
Às vezes penso na morte, às vezes penso que da vida, ela nada se difere
Às vezes quero que me matem e em outros sei...
Já me mataram.
Sou tal a uma sombra que atormenta aos outros
Sou a criatura sem senhor
Sou o monstro que ninguém criou
Criei-me sozinho.
Momentos que finjo momentos que invento
Digo apenas não querer sê-lo mais
Digo apenas não ser
Ao mesmo tempo em que sou sem querer.

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