sábado, 21 de novembro de 2009

Sentidos


Nos encontros,

Olhos e lábios se encontravam.

Se viam, se tocavam, se sentiam.
Por mais que se vissem os olhos, se tocassem os lábios, às vezes só os olhos
e não os lábios.

Os olhos,

Olhos que tocavam o corpo,

Rasgavam a carne, a roupa e de tão sedentos, a boca.

Olhos que se tocavam nos encontros e até mesmo
Sem mãos, sem toques se

Sentiam.

Nos encontros em muito querer dizer, e muita coisa, com a boca e com
os lábios... Não conseguiam.

Logo eram mãos e eram olhos.

Mãos quentes e olhos suados.

Esses sim, falam sempre; entre conselhos, brigas, promessas, alegrias e
juras.

Até mesmo na indiferença falam. Na ironia, arrogância, prepotência e
insegurança.

Mas não. Não nos encontros. Ali apenas falavam de ternura.

Afeto, vergonha... Ciúmes.

De um afeto jovem e afoito.

E ali falavam, tocavam, sentiam...

Mesmo sem boca, sem dedos, sem cores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário