domingo, 25 de abril de 2010

Lamúria




Doces foram os sonhos interrompidos.

Duras as lágrimas iniciadas

O peito arfante de saudades

Na boca o gosto amargo da desesperança;



Os olhos já imperfeitos de tão inchados

Os lábios rubros mesmo sem tinta.

O que me fazia dar graças à divina bondade todos os dias

Traz-me um soluço infindável e um aperto nas entranhas.



Oh senhor Deus, o que aqui se faz aqui se paga?


Diga-me oh Senhor Deus: porque se paga o mal que não se fez?


Diga-me oh Senhor Deus: o que fazes com aqueles que desonram sentimentos tão dignos de honra?


Diga-me oh Senhor Deus: porque não arrancas meu peito fora se dele não tiras essa erva daninha que me consome me desprezando.


Diga-me oh Senhor Deus: porque me destes veneno em frasco de amor...



Leva-me oh Deus Pai para teus braços, e em silencio profundo e consolo imenso, me negas as respostas dessas indagações vis.

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