terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Lembrança Duma Noite de Calor Tropical



Tomada de pronto à luz dum gracejo
Recebeu, pois dum moço com nítido festejo:
Bilhete e rosas brancas
Dessas que marcam as moças inda brandas.

As faces nuas eram agora escarlates
As pernas rosadas eram bambas e febris.

Não me lembro qual era o som que nos embalava
Mas tinha o gosto quente e auspicioso
Duma noite de calor tropical
Onde lábios e saias dançavam
Boêmios e voluntários.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Afeto infecundo



Enlouqueço,
Perco o sono.
Choro aos Deuses e Demônios
Faço trabalhos e traço manias para alcançá-la

Aborreço-a
Beijo-lhes os pés
Lavo-lhes os cabelos às lagrimas

Peço, rezo e imploro.
Louco, cego e obcecado.
Por fim, desvairado digo que te esqueço.
E engano você e o papel.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Pequena observação

Caros leitores,

O ano de 2009 ficou para trás deixando lembranças para todos nós.
Posso dizer que foi um ano profissionalmente bom para mim : é claro que passei por altas e baixas na minha produtividade... Postei muito em alguns meses e muito pouco em outros. Mesmo assim, foi bom.

Nesse novo ano que nos consome e que nos "mede", espero postar com determinada regularidade e inovar o Lirismo Meramente Duvidoso da melhor forma possível.
Como já se pode observar o Blog ganhou novas feições e novas opções para maior interação com o leitor.

Gostaria de anunciar também que meus textos serão postados regularmente às terças.
Talvez, em breve, teremos nova autora postando no Lirismo e novos tipos de textos também.

Espero que as novidades soem agradáveis e poéticas à todos vocês que assistem à minha poesia e, quem sabe, à poesia de novos escritores(as).

Obrigada por me acompanharem até aqui.
Espero maiores contatos, mais críticas. A interação com o leitor é agradabilíssima.

Abraços poeticamente alegres a todos!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Da voz dos Desgraçados




O sol se põe
Tento erguer os braços,
Grossas correntes me prendem e nunca afrouxam.

O Sol torna a surgir
Os punhos ardendo
Ergo meus olhos de desamparo
Tento gritar? A voz morre na garganta... Mal posso sibilar um pedido de clemência

De alguma forma atroz, vetaram também minhas lágrimas.
Esgotaram minhas forças e morreram meus árduos esforços vãos;

sábado, 9 de janeiro de 2010

Eventualidade Urbana


Recordo-me, clara e até lucidamente, daquele meio-dia e vinte e cinco - Quarta-feira, no Centro – quando sua imagem surgiu, muda e estonteante na calçada da Cidade.

Naquele sorriso de pronto que ofertou, me sorriu em diagonal
Comprimindo os lábios e enrubescendo a macia pele do nariz.

Não esqueço: os ombros à mostra, cabelos leves presos em coque.
A tonalidade do céu pareceu ínfima
Paixões súbitas soaram possíveis
Concretização de sonhos imperfeitos, real.

Num piscar: flores e bilhetes foram enviados
Sorvetes tomados no banco da Praça principal
Beijos roubados ou retribuídos

... E eu continuo ali. Sempre na mesma cena.
Vidrado. Perdido em pensamentos repentinos, daqueles que se têm em meio à multidão apressada que passa.

Lembro-me Dela intacta, esculpida quase.
Não havia a real possibilidade de não recordar
Seu penteado e o sorriso de lado. A franja curta que lhe vinha aos olhos quando um vento astuto batia.

Só posso esperar que me siga e me assombre.
Emolduro na memória a lembrança
De uma linda mulher feita em quadro.