quinta-feira, 23 de julho de 2009




Pela manha o sol acorda o meu desejo
Acordo, não te vejo, cobiço.
Espero que anoiteça, pois me enamoro tanto de ti quanto da lua.

Gelados como a noite são meus dedos
Que ansiosos por calor se esquentam no teu corpo;
Gelados como os meus, são os seus dedos
Que suaves passeiam pelo meu dorso.
Arrepio-me no frio e no gozo.
Seus lábios quentes por entre meus seios
Arrepiam-me de luxúria e vigor.

Teu sexo exige o meu sexo, e o meu corpo o teu.
O meu sorrir é como máscara para meu disfarce ambíguo de querer e não querer.

Em estímulos seguimos juntos na nossa trilha clandestina,
Num fatal caminho de temor e anseio que se abasta entre a aspiração e o medo.


quarta-feira, 15 de julho de 2009

ENTREGA


Correndo atrás do vento
Com suas mãos gélidas de noite.
A espera dos moribundos e doentes
Buscando tomá-los para si.
Quer abraçar também aqueles que não a aguardam,
Irmãos de homens, filhos de mães.
Então os beija com seus lábios sutis
Libertando suas almas, aprisionando-os no inseguro.
Cárcere de onde nunca voltam?
Se voltam, não se sabe.
Logo restam somente seus corpos, bens,
Amores.
Almas que não a buscam sempre
Em magoas e infortúnios,
Buscam beijá-la.
Flertam com ela querendo sentir seu inverno.
Deixar com que todo seu calor se esvaia.
Abandonar sonhos e afetos.
Ir de encontro ao impensável e tão provável,
Á seu sedutor acaso.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Aborto


Quente e arde.
Liquido espesso, vermelho
Que escorre minha vida e minha fúria.
Em meu ventre de mulher,
Falece
Meu milagre maior da natureza.
Agora, louca de tristeza e saudades,
Daquilo que não fui capaz de conhecer.
Em meio á sentidos confundidos, aturdidos,
Choro e clamo.
Nem fé, nem esperança contenho
Questiono-me;
-Será que, depois que te desapegastes , era eu quando passastes por mim?
Apenas paro e fico
Esperando o sono chegar e te trazer.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Amar e Anoitecer



Imagina
Hoje à noite a gente se perder?
Ver o luar refletido na calçada
Numa vontade imensa de amar e anoitecer


Imagina
Hoje à noite a gente se fundir?
Perdidos na madrugada
Sonâmbulos, insones, insanos
Despidos na rua
Perdendo o juízo em explícitos gestos de amor

Imagina
Hoje a noite ver o dia nascer?
Extasiados em muito prazer e
Ver
Voando, dois anjos.
Carregam-nos pelas mãos a um abrigo celestial
Onde no entregaremos um ao outro e ao nosso entardecer
Numa vontade imensa de ficar e não pensar em nada.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Dedicatória

Numa aventura alucinante
Conheci impérios extintos e cidades feudais.
Conheci também do Zodíaco, um cavaleiro galante
Contador de historias, narrador de guerras tribais.

O cavaleiro do Zodíaco com seu dom arrebatador
Olhava para o céu e previa futuros astrais.

Lutou ao lado de infantes
Contra dragões e outros monstros gigantes,
Com o auxilio de exércitos reais;

Com desenvoltura conquistou musas e ninfas gregas,
Despertava em todas elas afetos e necessidades carnais.

Ensinou-me que é preciso confiar nos astros e na vida,
Firmeza para triunfar em tempos de guerra,
Crer no instinto da alma para ter sorte
E talento para governar o próprio acaso.

Jovem astuto e curioso
Exaltado em sua eterna arte de ser sagaz.

Pobre Caricato



Distante do teu abraço sou um desgraçado sem vida.
É tão atro o meu destino fora da sua presença!
Perto de ti sinto o corpo em áscua e a alma viva.
Airosa amada! Esse meu anseio por ti é nato, nada efêmero!
Suplico não o vosso amor, compaixão apenas.
Por esse pobre desditoso, teu servo, teu capacho.
Escravo do teu olhar de cetim e dos teus lábios de mel.
Nesse discurso caricato, suplico ó Senhora minha, teu afeto,
Teu afago.