Lirismo Meramente Duvidoso
quarta-feira, 8 de junho de 2011
O Falso Híbrido
quinta-feira, 31 de março de 2011
Morena Chá
Sua pele ficava entre o rosa e bronze
O cheiro dela era doce ou fresco ou madeira
Seus olhares eram bons, malignos quase sempre
Não era bela imediatamente
Mas seu toque e seu desenho valiam o contemplar
Seus lábios sorriam besteiras e ela
Sabia dizer, com os dentes, o que movia o arrepio
Fazia-se mais santa do que era
Ou mais perigosa do que jamais fôra
(Revezava conforme a recompensa)
E cismava, morria de amor
Morria de rir
Desfilava vestidos e fitas
Desgrenhava seus cachos volumosos
Ensaiava no espelho o vermelho das unhas e o castanho profundo dos olhos.
Unia verdadeiramente o pulcro e o chulo
Acreditava puramente nos encantamentos do amor
E no desespero de seu sexo
Cria e fingia
Gargalhava do dia e quando a noite chegava
Sonhava, triste e nua, na solidão de seu leito
E na irremediável chegada dos anos
Que aos poucos tornariam o opaco em pó.
O sedutor em fúnebre.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Poema
Apertaria pálpebra contra cílios
Fortemente
Pra sentir o toque suave do teu corpo rente
Queria poder, em fantasia,
Rever toda a sua maneira
De me encantar...
Todo afeto e caricia
O riso farto e meigo dos seus olhos pregados aos meus
Sentir na boca o gosto gozoso do beijo
A textura impar da saliva
E o arrepio ardente que me percorre o corpo todo
Quente...
Achar entre todas as formas descritas
A mais segura de me perder entre todas essas palavras
Que insistentemente abraçam o papel
Pra dizer que eu amaria acordar meus olhos e morar em você.
Acerca do amor póstumo

No sonho se passava um jantar casual. Estive bem contida em meu assento durante toda sua duração. Ele me lançou alguns sorrisos também casuais.. Eu não esperava que ele me sorrisse. Fui conformada! Pensei que enfrentaria uma das mais desconfortáveis situações... imaginei como evitaria seus olhos indiferentes aos meus. Só pude então retribuir seus sorrisos com a alma transbordante de tristeza: eu passara a ser pra ele, num intervalo tão curto de tempo, nada mais que uma pessoa pra quem se sorri casualmente.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Emoção na praça
É bonito perceber a pureza das pessoas. É surpreendente notá-las cantarolando e balançado seus corpos às 18:00 da noite em plena Praça da Estação ao som de alguma novidade da música Folk.
E as colunas d'água... para mim decorativas, apenas até está noite. A música invadindo meus ouvidos, a mistura das jovens vozes invadindo meus ouvidos, os grossos pingos de água batendo em meu rosto.. minhas pernas correndo em direção ás colunas, um sorriso infantil estampado em minha alma.
É a felicidade que me comove esta noite me mostrando que gestos de impulsividade infantis não passam de concretizações da simplicidade e da rara inocência humana. Me sinto mais viva ao pensar nisso.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Tardizinha em Ouro Branco

Tenho sido arrebatada por uma sensação muito boa. Parece que a minha tempestade interior está mais branda hoje. Olho a minha volta... tanto significado e tanta simplicidade: sinto uma brisa leve e um cheiro breve de lama úmida. O Sol iluminando fracamente o dia, a grama verde, o ar menos seco que ontem...
É tão bom ser invadida por todo esse bucolismo, por toda essa beleza das criações divinas. Paro e me sinto parte do infinito. Paro e penso que seria tão bom ser uma das flores daquele roseiral branco.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Um pensamento bolha...

É estranho pensar em como o amor une pessoas completamente desconhecidas. É pensar em como conexões tão fortes e tão íntimas, como laços tão profundos e não planejados se estabelecem entre indivíduos que muita das vezes têm objetivos e sonhos tão diferentes dos de seus parceiros...
É estranho perceber que eu me perca em reflexões desse tipo se aceito tão facilmente o fato de ter me apaixonado por um jovem aspirante a engenheiro. É tão estranho que nossas diferenças encefálicas e zodíacas tornem os nossos sentimentos tão recíprocos e verdadeiros. O amor, só posso dizer: é antítese.