segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Poema

Fecharia os olhos pelo tempo que fosse

Apertaria pálpebra contra cílios

Fortemente

Pra sentir o toque suave do teu corpo rente


Queria poder, em fantasia,

Rever toda a sua maneira

De me encantar...

Todo afeto e caricia

O riso farto e meigo dos seus olhos pregados aos meus


Sentir na boca o gosto gozoso do beijo

A textura impar da saliva

E o arrepio ardente que me percorre o corpo todo

Quente...


Achar entre todas as formas descritas

A mais segura de me perder entre todas essas palavras

Que insistentemente abraçam o papel

Pra dizer que eu amaria acordar meus olhos e morar em você.


Acerca do amor póstumo




Essa noite sonhei pela primeira vez com um reencontro entre eu e ele. Obviamente era uma produção inconsciente de algo que não aconteceu de verdade mas que, normalmente, acontece em situações assim; afinal de contas ainda tínhamos uma pequena ligação: fazíamos parte de famílias amigas.

No sonho se passava um jantar casual. Estive bem contida em meu assento durante toda sua duração. Ele me lançou alguns sorrisos também casuais.. Eu não esperava que ele me sorrisse. Fui conformada! Pensei que enfrentaria uma das mais desconfortáveis situações... imaginei como evitaria seus olhos indiferentes aos meus. Só pude então retribuir seus sorrisos com a alma transbordante de tristeza: eu passara a ser pra ele, num intervalo tão curto de tempo, nada mais que uma pessoa pra quem se sorri casualmente.